quinta-feira, dezembro 28, 2006

Crise No Transporte Aéreo (TAM)


No último sábado (23/dez), cheguei ao aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro às 5:30 da manhã acompanhado da minha avó Léa de 78 anos de idade. Queriamos visitar Lêda e Letícia que há pouco mais de 1 mês haviam se mudado para a cidade de Brusque em Santa Catarina. Como eu não consegui um vôo (em preço acessível) nem para Navegantes e tão pouco para Floripa, comprei um que sairia do Rio às 6:40 faria uma conexão em São Paulo e chegaria em Curitiba às 9:30 e de lá pegariamos um ônibus para Brusque.

O Galeão estava aparentemente tranquilo com apenas uma pequena fila para o check-in na TAM. Entramos na fila e em cerca de 10 minutos ela já cruzava metade do sagão do Terminal 2. Aguardamos esperançosos de que nosso vôo não atrasaria. Mas a fila simplesmente não andava, às 7:00hs o pessoal da TAM resolveu abrir uma fila preferencial para idosos, deficiêntes e gestantes, graças a minha avó corri para essa fila, mas esta também não andava, até que fui informado de que não havia aeronaves da TAM no aeroporto e que somente 2 vôos estavam liberados para check-in, o meu estava entre eles. Com o sorriso aberto aguardei mais 1 hora até que finalmente consegui fazer o check-in às 8hs em ponto. Ao sair pergunto a atendente da TAM:

- "O que você me aconselha, dar uma volta ou ir para a sala de embarque?"
- "Vá para a sala de embarque, pois lá as informações estão mais atualizadas."

Dou o braço a minha avó e me dirigo a sala de embarque, no caminho passo por cima de muita gente deitada pelo chão várias bagagem espalhadas pelo saguão. Tento olhar para o final da fila de check-in e descubro que o fim e o começo já se encontraram, pois ela já dava 2 voltas no terminal.

Chegando na entrada da sala de embarque, sou informado por um funcionário de que ninguém está autorizado a entrar na sala. Então nada me resta a não ser procurar uma poltrona confortável para que minha avó espere a chamada.

Às 9:00hs olho nos monitores e vejo que meu vôo está previsto para às 10:40hs, penso que tudo bem, o que são 1:40 para quem já está esperando há 3 horas.

Às 10:00hs vou ao saguão de desembarque que fica no piso inferior ao de embarque e verifico no painel eletrônico que meu vôo é procedente de Recife e já se encontra em solo fluminense. Digo a minha avó Léa para que se prepare pois em breve seremos chamados para o embarque (Quanta ingenuiadade).

Às 12:00hs continuo no saguão, sem explicações por parte da TAM, procuro um funcionário da Infraero que me diz que realmente a aeronave está no pátio mas que a empresa aérea não tem pessoal para prepara-la para decolagem. Com o avanço das horas do dia, começo a sentir fome. Vou até a administração da TAM e peço o voucher para almoço, enquanto espero a funcionária imprimi-lo, ouço várias histórias piores do que a minha, como de passageiros que fizeram check-in no dia anterior. Com um voucher no valor de R$46 em mãos, busco minha avó e vou até o restaurante Gate Zero, almoçamos e logo depois descubro que o meu vôo para São Paulo está liberado para embarque. Graça a Deus !!

Embarco no avião às 14:00hs, rapidamente as portas se fecham e começamos a taxiar, descubro que existem passageiros vindos de Recife dentro da aeronave. Eles me dizem que estão ali parados desde às 10:00hs, horário em que vôo chegou de Recife. Pior do que esperar 6 horas no saguão é esperar 4 horas dentro de um avião sem poder sair.

Às 15hs desembarco em Congonhas e vou imediatamente para o balcão de conexões, meu vôo para Curitiba já havia partido há horas, teriam que me realocar em outro. No balcão só existem passageiros da TAM, começo a desconfiar que todo o problema que estou passando era devido a escolha de tal companhia. Uso a minha avó para 'furar' a fila, passageiros reclamam e eu tenho que me defender de maneira nada educada. Um funcionário da TAM com cara de estar bastante cansado consegue me colocar em um vôo com previsão para às 19:00hs.

Às 17hs resolvo ir investigar a veracidade da previsão do meu próximo vôo. Peço a um funcionário da TAM para que ele me diga honestamente se nós iriamos sair dali às 19 hs. Ele simplesmente faz o sinal negativo com a cabeça.

Foi então que tive a brilhante idéia de me ejetar do caos cancelando minha aventura aérea e começando uma terrestre.

Às 18hs liguei então para o Rafael, um primo meu que é morador da capital Paulista, e pedi para que ele me fizesse o grande favor de vir até o aeroporto me prestar um auxílio (Valeu Rafa, tô te devendo essa 'mermão'). Enquanto isso liguei para várias empresa de transporte rodoviário do terminal do Tiête, até que achei um ônibus saindo às 20:30 direto para Brusque.

Beleza, agora o que eu teria que fazer era pedir o reembolso à TAM da perna não utilizada e partir para o Tiête.

Mal sabia eu que estava prestes a cometer um erro que me custaria 2 horas de espera. Nunca cancele suas passagens antes de pedir sua bagagem de volta. Com o cancelamento do meu nome e da minha avó no sistema da TAM minha bagagem simplesmente ficou sem dono. Não é interessante? Assim ninguém conseguiu localiza-la. Mas a TAM dizia que estava procurando, para que eu aguadasse que ela iria aparecer. Nesse meio tempo os funcionários da TAM resolveram fazer uma paralização de 2 horas.

Às 21:00, já havia perdido o ônibus para Brusque, resolvi pedir ajuda à vendedora Eduarda que havia cancelado os meus bilhetes. Ela conseguiu me dizer qual número da etiqueta da minha bagagem. Retorno correndo para o balcão de check-in e suplico à atendente Lilian para que localize a mala, mas agora com o numeral da etiqueta. Em 10 minutos ela retorna e me diz que ela se encontra em Curitiba, foi em outro vôo. Lilian me orienta a ir em um balcão próximo e abrir um processo para que a bagagem fosse entregue na minha casa. Pensei - "Ahh, se eu não for a Curitiba buscar essa mala, nunca mais a verei !". Digo então que vou a Curitiba de ônibus buscá-la. A atendente me diz que realmente seria melhor. Rafael comenta comigo - "Gastamos mais de 2 horas naquele balcão, para esses incompetentes dizerem que a mala já foi pra Curitiba, é f**a !". E eu penso comigo - "Mas não é ilegal uma bagagem viajar sem o dono? Assim um terrorista pode muito bem colocar uma bomba e não embarcar."

Volto ao ponto onde deixei D. Léa e encontro uma pessoa aparentemente calma e tranqüila. Pergunto se ela está bem. Responde afirmativamente e diz que fez uma promessa a São Judas Tadeu para que se a mala aparecesse irmos assistir a uma missa na Igreja do Cosme Velho. Com essas palavras percebo que a calma e tranqüilidade é só aparência, ela devia estar bem nervosa e cansada (78 anos de idade). Telefono para Lêda e Letícia que aguardam por informações. Conto o acontecido e peço para que elas me encontrem em Curitiba, pois não sei quanto tempo levarei para localizar a bagagem e com a presença delas minha avó ficaria mais tranqüila.

Compramos 2 passagens pela Itapemirim com saída à meia-noite. Rafael nos leva à sua casa, para descansarmos e comermos uma pizza até a hora do embarque no terminal do Tietê.

À 00:00 embarco para Curitiba.

Às 6:30 chegamos em Curitiba, pegamos um ônibus municipal até o aeroporto Afonso Pena e lá já estavam Lêda e Letícia que saíram às 4h de Brusque para poder estarem lá no horário em que eu e minha avó chegaríamos. Entrego o número da etiqueta da bagagem escrito em um pedaço de papel a um funcionário da TAM, ele me leva até uma sala com umas 50 malas jogadas pelo chão e me diz - "Veja se sua mala está aí". Em segundos a vejo no canto intacta. Pronuncio um graça a Deus. Saio da sala e mostro a mala a minha avó que suspira aliviada. É, terei que ir com ela assistir a missa na Igreja de São Judas Tadeu e aproveitar para pedir forças para entrar com algum tipo de processo contra a TAM quando retornar ao Rio de Janeiro.